Informações de Cuidadores de Idosos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decreta que o maior fator de bem estar e de qualidade de vida para um idoso é a sua própria família.
Famílias bem orientadas e estruturadas raramente são induzidas a causar
algum mal, mesmo que involuntariamente, e ajudam muito a manter a boa
saúde do idoso. Ao contrário, famílias desestruturadas ou que
não buscam informações e orientações sobre como cuidar de seus idosos,
podem mais facilmente incorrer em negligências, abusos e maus tratos.
Mostraremos, aqui neste blog que os idosos mais dependentes, em
especial, os idosos portadores de ALZHEIMER podem ser as maiores vítimas
de maus tratos e violência. Vou repetir: as maiores vítimas. Semelhante
às crianças pequenas e aos bebês. Fica evidente esta comparação, pois
são pessoas que não podem se defender e não possuem autonomia própria. O
Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso vêm ao
encontro desta tão necessária proteção.
TODOS CONTRA ABUSOS E MAUS TRATOS AOS IDOSOS!
Infelizmente, nossos idosos sofrem maus tratos das mais diversas formas
e, muitas vezes, as famílias e os profissionais de saúde não se
conscientizam ou não percebem. Colocaremos para nossos amigos do nosso Blog uma série de dicas de como identificar sinais de maus tratos e
violências contra idosos.
***Sinais de Alerta de maus tratos em idosos.
- hematomas na pele, olhos roxos, ferimentos inexplicados,
-quedas frequentes,
- recusa do cuidador em deixar o idoso sozinho com outras pessoas,
-procura de serviços de emergência com frequência,
- perda de peso e sinais de denutrição,
- óculos quebrados com frequência,
-troca frequente de médicos,
- roupas sujas, rasgadas e aparência de descuido, escaras de decúbito em muitos lugares do corpo, com sinais de pouco tratamento,
-sinais de sonolência excessiva por uso de medicamentos sedativos,
- alterações de comportamento repentinas pelo idoso, principalmente perante estranhos,
- idoso confuso, mas que família ou cuidador alega estar “esclerosado”,
- doenças facilmente controláveis, mas que não melhoram por falta de tratamento adequado.
2- Ação imediata, quando detectar sinais de ferimentos sofridos pelos idosos, por abuso e negligência.
3- Personalizar o seu ambiente. Adaptar o espaço para garantir a independência dos idosos.
4- Responder ao desejo de satisfazer as necessidades de saúde dos idosos.
5- A boa qualidade da alimentação, de acordo com gostos e necessidades dos idosos.
6- Respeitar a privacidade dos idosos.
7- Promover a manutenção ou a recuperação do máximo de autonomia dos idosos.
8- Auxílio de cuidadores e familiares para facilitar a mobilização, higiene e limpeza nos idosos.
9- Envolver as famílias no cuidado e na tomada de decisão compartilhada.
10- Inclusão social. Evite, nos idosos, isolamento e solidão.
NH/06/06/12
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Dr. Márcio Borges - www.facebook.com/marciofborges
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Leia a história e veja o vídeo!
"Dona Ricardina, viúva muito cedo, precisou costurar durante muitos
anos para fora, para poder educar sua filha. Hoje, professora
universitária, Maria Helena não tem tempo para ajudar a olhar a mãe,
portadora de mal de Parkinson e osteoporose severa. Ela entrega todos os
cuidados a duas moças acompanhantes, que não têm qualquer tipo de
orientação ou instrução para serem cuidadoras. Como
médico, em consultas não tão periódicas, vinha percebendo que dona
Ricardina estava mais magra e desnutrida, mais triste e depressiva. As
acompanhantes relatavam falta de apetite e saudades da filha, que pouca a
visitava. Em minhas avaliações anotava anemia, aporte de proteínas
baixo e perda de peso. Por mais que mudasse as medicações e indicasse um
esquema nutricional mais eficaz, dona Ricardina não respondia ao
tratamento. E eu não conseguia entender a razão.
Ao final de
mais um dia de trabalho, reparei que uma senhora, que não tinha marcado
consulta, estava me aguardando na sala de espera. Pedi que entrasse,
depois de ter dispensado minha secretária, que já estava atrasada para
pegar seu ônibus de volta para casa.
- Doutor, não vou tomar seu tempo. O que vou falar será muito rápido. iniciou me cumprimentando.
- Sou também costureira e velha amiga de Ricardina. Escutei de uma
vizinha dela, que sua filha pouco a visita e que suas cuidadoras não são
nada daquilo que pensamos. Elas a tratam mal, gritam com ela e
praticamente ficam vendo televisão o dia todo. Quando fui visitá-la
semana passada, notei que tinha emagrecido muito. A cuidadora, não
querendo muito papo, disse que o senhor, doutor, falou que a doença dela
faz isto mesmo. E aproveitando um momento de descuido desta cuidadora,
que tinha ido ao banheiro, abri a porta da geladeira e quase não
encontrei nada, a não ser uma panelinha de macarrão tipo miojo, fria e
que parecia ter sido cozinhada um dia antes. Sua vizinha já tinha me
alertado sobre a história do miojo. Quando Ricardina não queria almoçar o
dito macarrão, elas guardavam na geladeira para o jantar e até para o
almoço do dia seguinte.
- Doutor, só o senhor poderá ajudar minha amiga a sair desta enrascada. O que estão fazendo com ela é maldade!"
Os nomes estão trocados, mas a situação, acima, realmente aconteceu.
Conversei com a filha, depois por telefone. Fui claro: ou mudava toda
esta situação de abandono ou a denunciava por mau tratos à própria mãe!
Felizmente, dona Ricardina encontra-se, hoje, bem amparada em uma casa
de repouso de bom padrão, onde ganhou alguns quilos e recobrou um pouco
da alegria de viver.
Somente através da aplicação eficaz do
ESTATUTO DO IDOSO e da educação, CAPACITAÇÃO e treinamento de familiares
e cuidadores, encontraremos caminho para cuidar melhor de nossos
idosos.
NÃO DEIXEM DE COMPARTILHAR E CURTIR!
NH/08/06/12
O Outro lado da moeda: "A dor de cuidar de alguém que já lhe causou dor!"
Certas experiências nos marcam por toda a nossa vida, principalmente
aquelas que nos trazem muitas alegrias ou sofrimentos. No caso de
experiências ruins, estas situações podem ser ainda mais marcantes se
acontecerem nos primeiros anos de vida, no seio familiar e se
ocorrerem frequentemente. Episódios de violência familiar seja ela
física ou psicológica são alguns destes exemplos que podem refletir
anos após sua ocorrência, podendo trazer conseqüências até mesmo no fato
de cuidar de um idoso que necessita de cuidados por parte da família. O
relato de uma filha e cuidadora nos faz sentir mais próximos com esta
situação delicada (transcrito na íntegra):
"Ser cuidadoso de
idosos é uma m.... Meu pai machucou-me a vida inteira, abusava de mim,
da minha irmã abandonou a família e agora fica aqui que nem um coronel,
se suja, mexe em tudo, na minha casa, só faz o que não gostamos,
atrapalha nossa vida, machucou minha mãe a vida inteira, fez mal pra
toda família nos abandonou e agora eu tenho que ficar aqui, cuidando
dele. Que m...!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nem me relacionar bem com os homens,
com as pessoas, não confio nas pessoas, é culpa dele."
Vale
sempre a pena lembrar aos familiares que passam por esta situação que
eles não estão sozinhos: assim como eles, várias pessoas também cuidam
de pais, maridos, esposas, avós, tios e outros que não foram exemplares
ou cuidadosos com eles enquanto ainda eram jovens. Porém, a vida dá
voltas e neste momento eles são as vítimas (geralmente de algum tipo de
doença que, de uma forma ou de outra, deixa-os limitados), eles são quem
precisam de cuidados.
E quando alguém acaba por assumir esta
responsabilidade ele mostra que, independente do passado, dos
sentimentos de raiva, de revolta e de amargura, esta pessoa mostra que,
na verdade, independente de todas estas marcas negativas que possa
carregar, no fundo ela também consegue demonstrar sua solidariedade e,
mais tarde, ter a consciência tranqüila por ter feito o que estava ao
seu alcance (mesmo sentindo que com isto estava ultrapassando seus
limites pessoais).
É fato.
Quanto mais na periferia se mora,
quanto mais escura a cor da pele,
quanto menos renda se tem,
quanto mais a IDADE AVANÇA,
quanto mais dependente se fica e,
principalmente,
se for MULHER, IDOSA, POBRE E DE COR NEGRA, morando em bairro pobre ou favela e dependente da família,
MENOS DIREITO SE TEM E MENOS AMPARO DA JUSTIÇA SE CONSEGE!
NH/11/06/12
Quem é o principal causador de maus tratos e violência em idosos?
Segundo as delegacias do Idoso de Belo Horizonte e da cidade de São
Paulo, o perfil da maioria dos causadores de maus tratos e violência em
idosos é:
- filho homem
- entre 30 - 50 anos
- mora com os pais
- solteiro ou divorciado
- depende dos pais financeiramente
- normalmente, alcoólatra ou dependente de drogas ilícitas.
NH/12/06/12
Ou procura o Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos, a Delegacia de
Defesa dos Idosos ou a Promotoria da Terceira Idade de sua cidade? Ou
simplesmente denuncia nas rádios, Tv, Jornais ou internet?
NH/13/06/12
Ontem, falamos do perfil do agressor do idoso e da idosa. Infelizmente,
o maior agressor é a própria família (leia no post de 12 de junho).
Hoje falaremos sobre o perfil da principal vítima de violência contra idosos: A MULHER IDOSA!
- mulher acima de 75 anos
- viúva ou separada
- morando sozinha ou com os filhos
- muitas vezes, arrimo de família ou ajuda os filhos financeiramente
- psicologicamente frágil com os filhos
- depressão
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